Desmembrando a palavra misericórdia, considerando a realidade “miserável” de muitos e a superação pela “córdia”, de quem tem coração e se volta com amor ao próximo, faz nos encontrar a fonte de consideração que é Deus. Se não fosse o amor e a misericórdia dEle para conosco, seríamos aniquilados. Mas Ele nos criou, foi porque nos ama e quer nosso bem, mesmo quando não O amamos e O traímos pelo egoísmo, pecado, desobediência e desamor. A maior prova de amor de Deus, após nos criar, é a de ter enviado seu Filho ao mundo para nos salvar, não porque merecíamos, mas por um simples ato de amor.
A essência de Deus é amor, Ele não faz outra coisa que não seja amor. Deus nos enche do seu amor, para que cheios nos transbordemos para o outro. Esta é a dinâmica do amor de Deus; que vem para nós e de nós para o próximo. Dessa forma, podemos agir como imagens que somos Dele na vida do outro com atos de amor e misericórdia. “Quem sabe perdoar, prepara para si muitas graças da parte de Deus, todas as vezes que olhar para o Crucifixo, perdoarei sinceramente” (Diário de Santa Faustina nº 390). O texto Bíblico lembra “Quem olha com doçura obterá misericórdia (Provérbios 12,13). Quem é misericordioso é o próprio beneficiário quando faz do ato de misericórdia um ato de amor ao próximo.
Arte: Ana Boiani, Membro da Comunidade Cenáculo.
Misericórdia e perdão se unem na expressão do amor, mas são vinculados a atitude de quem quer recebe-los, se colocando aberto a mudanças de vida. Exemplo disso é o que Jesus disse a pecadora que saiu ilesa dos que queriam apedrejá-la. “Eu também não te condeno, vai e não pequeis mais” (Jo 8, 11). A melhor atitude que podemos ter diante de Deus, que quer ser misericordioso e nos perdoar, é a de revermos nossa vida para não continuarmos a ser ingratos com Ele, permanecendo em nossos erros e pecados. A manifestação de confiança: “Perdão Senhor! Não quero mais pecar! ”, podemos encontrar no sacramento do perdão, que é a melhor graça que Jesus nos deixou, para termos a certeza de que Ele nos perdoa quantas vezes nos arrependemos, porque seu amor é inseparável da misericórdia que tem para conosco por toda nossa vida.
Por: Ana Maria Zago,
Consagrada da Comunidade Cenáculo.
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