Os 7 Sacramentos são sinais visíveis para nossa comunhão com o Divino

   A palavra “sacramentum”, de origem latina e do grego “mysterion”, aparece frequentemente no Novo Testamento, especialmente nas cartas aos Efésios e aos Colossenses, para indicar o plano Divino da salvação revelado e realizado em Cristo.  Tertuliano, o famoso jurista africano, havia sido o primeiro dos Padres da Igreja em aplicar ao Batismo e à Eucaristia a denominação comum de sacramento. No entanto, o utilizava ainda em um sentido pagão como simples sinal de um pacto: assim como o "sacramentum" (tatuagem) era o sinal da consagração do soldado a serviço do imperador, pelo Batismo o cristão passava a fazer parte da "Militia Christi" (exército de Jesus Cristo).

   Santo Agostinho visando explicar os sacramentos na Igreja, direciona a questão para abordar o aspecto puramente teológico. É ele que estabelece o conceito clássico para sinal, ao definir: "Sinal é toda coisa que, além da impressão que produz em nossos sentidos, faz que nos venha ao pensamento outra ideia distinta". Tal afirmação nos permite concluir que, quando os sinais se referem às Realidades Divinas, são chamados de Sacramento. Assim sendo, é possível afirmar que Sacramentos são sinais Sagrados; e estes sinais nos levam a uma comunhão íntima com Deus. “São sinais visíveis que indicam uma realidade invisível”.

   Desta forma, percebe-se que são incontáveis os sinais Sagrados e estariam entre eles o sinal-da-cruz, o lava-pés, o cuidado com os pobres e muitos outros. Porém, ao se referir aos ritos litúrgicos da Igreja, Santo Agostinho manifesta um entendimento muito mais restritivo do que vem a ser sacramento. Assim se transcreve:

   “Na Carta 55, por ocasião da festa de Páscoa, diz ao seu interlocutor Genaro que Cristo deu ao seu povo tão-só uns poucos sacramentos. E menciona em particular o sacramento do batismo e a celebração do sangue e do corpo do Senhor. É provável que já esteja apontando, especificamente os sacramentos da Igreja. Entre estes sacramentos “litúrgicos” incluiriam também a crisma, a penitência, a ordem e o matrimônio. Ou seja, praticamente o septenário que temos hoje”.

  Os sinais sacramentais são constituídos de dois elementos: um elemento material: (“elementum”) que pode ser percebido pelos sentidos, e um elemento formal: (“verbum”), a Palavra de Deus, a ação Divina que capta a realidade significada. Então, podemos assim dizer, que a palavra de Deus converte a materialidade das coisas em sacramento, ao dotar seu simbolismo natural de um significado e efeito que transcende a experiência comum.

   Os sacramentos são da Igreja, no duplo sentido de que são por ela e para ela. São pela Igreja, porque ela é o sacramento da ação de Cristo que se opera, graças à missão do Espírito Santo. E são para a Igreja, pois os sacramentos que fazem a Igreja (Sto. Agostinho, de civitate. Dei 22, 17; S. Tomás de Aquino, Summa theologiae, 3. q. 64, a. 2. Ad 3), porque manifestam e comunicam aos homens, sobretudo na Eucaristia, o mistério da comunhão do Deus Amor, Uno em Três Pessoas.

  Assim, os sacramentos nos acompanham em toda a vida nos levando cada vez mais ao Divino, pois a Divindade de Deus que nos leva também a uma intimidade profunda através do Sagrado; a fim de que a vida espiritual não pereça, e sejamos felizes sempre na companhia de Cristo, para que assim possamos chegar “ao estado de homem perfeito, à medida da estatura da plenitude de Cristo” ( Ef 4, 13; 1Cor 2,6).

Por: Jean Carlo, 
Consagrado da Comunidade Cenáculo. 

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