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Publicado em 22/03/2024
Durante a semana Santa que estamos vivendo, temos mais uma vez a ocasião de consideramos - de revivermos os momentos que consuma a vida de Cristo. Toda essa vivência nos leva a ansiar pela ressurreição, que é o fundamento da nossa fé, como escreve São Paulo em coríntios 15, 14: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também a nossa fé“.
Porém, é um caminho que não devemos percorrer sem nos lembrar que não podemos participar da ressurreição do Senhor, se não nos unirmos a sua paixão e morte, como está na palavra em Rm 8,17. Antes de vivermos com Ele a glória, é preciso penetrarmos antes no seu Holocausto e sermos uma só coisa com Ele no calvário.
A entrega generosa de Cristo se depara com o pecado, com a maldade do homem e sua soberba. Mas, no ato de amor Divino, Deus nos dá o seu Filho unigênito que assumindo a nossa condição humana, carrega sobre si as nossas misérias e as nossas dores, para acabar cravado com pregos no madeiro. Assim viveu Jesus, do alimento de fazer a vontade do Pai que O envio até aqui, indo a meia tarde da primeira sexta-feira Santa, se concluiu a sua imolação. “Inclinando a cabeça, entregou o espírito” (Jo,19,30). Nos descreve desse modo São João, a morte de Jesus Cristo.
Jesus, assumindo as nossas culpas sobre o peso da cruz, morre por causa da força e da vileza dos nossos pecados. São José Maria Escrivá, em seu livro “É Cristo que passa”, nos diz: “Devemos meditar no Senhor, ferido dos pés à cabeça por nosso amor. Podemos repetir como um escritor há séculos: o corpo de Jesus é um retalho de dores. À vista de Cristo feito um farrapo, convertido num corpo inerte descido da cruz e confiado à sua mãe; à vista desse Jesus despedaçado, poderia concluir-se que essa cena é a demonstração mais clara de uma derrota. Onde estão as multidões que os seguiram? E o reino cujo advento anunciava? No entanto não é derrota, mas vitória. Agora Cristo acha-se mais perto que nunca do momento da ressurreição, da manifestação da glória que conquistou com sua obediência. “
A morte de Cristo chama-nos a uma plena vida cristã. Por isso, nessa sexta-feira Santa, onde recordamos a Paixão de nosso Senhor, quero injetar em seu coração a esperança. O Senhor luta por nós e quer que lutemos para sermos santos.
Santidade! Não pode ser uma palavra jogada ao vento, mas precisa ser um fim almejado por nós, uma realidade viva. Examinemos nesse silêncio trazido na tarde de sexta-feira a nossa vida cristã, nosso desejo de combater nossas fraquezas, e com desejo de emenda sermos mais para Deus. Mais fiel;
mais perseverante; mais santo!
Com palavras e obras penetremos com profundidade no amor de Deus; façamos o propósito de arrancar de nós a comodidade, a busca pelas coisas do mundo, para que possamos verdadeiramente seguir a Cristo. Deixemos Cristo ressuscitado vencer em nós, e a morte se transformar em vida.
Sigamos firmes rumo a Páscoa da Ressurreição…
Por: Maria Eulália Cosmo,
Consagrada da Comunidade Cenáculo.
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