"Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim" São Paulo
Publicado em 04/10/2023
Santidade: antes de tudo, um chamado de Deus!
A Santidade é um chamado do Senhor feito a cada um de nós de maneira particular. Muitos são os caminhos através dos quais somos convidados a vivê-la.
A Palavra de Deus, do Antigo ao Novo Testamento, ecoa de maneira constante o convite à Santidade. No Antigo Testamento, no livro do Levítico, fala-nos Deus: “Pois eu sou o Senhor, o Deus de vocês; consagraram-se e sejam santos, porque eu sou santo. Não se tornem impuros com qualquer animal que se mova rente ao chão. Eu sou o Senhor que os tirou da terra do Egito para ser o seu Deus; por isso, sejam santos, porque eu sou santo” (Lv 11,44-45). No Novo Testamento, em 1 Pedro, recorda-se o chamado a ser santo porque Deus é santo: “Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, pois está escrito: ‘Sejam santos, porque eu sou santo’’(1Pd 1,15-16).
Viver em Santidade é compreender que esta é nossa primeira vocação, todos nós, homens e mulheres, somos chamados à santidade, no estado de vida que nos encontramos.
Santos como São Francisco de Assis, Santo Agostinho, São Padre Pio, São João da Cruz, Santa Teresinha do Menino Jesus, Santa Rita de Cássia e tantos outros, nos ensinam essa verdade: santo é quem faz da sua vida um altar do Amor e para o Amor.
Arte: Maria Castro, Voluntária da Comunidade Cenáculo
Mas afinal, o que devemos fazer para alcançar a Santidade? Antes de tudo, precisamos ter um coração que palpita em sintonia com o coração de Cristo e este, por sua vez, é ardente de amor e caridade. A caridade dá forma a todas as virtudes. Por isso, todas as nossas obras só ganham verdadeiro sentido se ordenadas ao amor de Deus. Faça bem todas as coisas, leve Jesus e convide-o para estar em todos os lugares e momentos de sua vida! Seja em tudo de Deus! Santidade não é fuga do mundo, mas a transformação deste mundo. Podemos ser Santos na faculdade, na academia, no trabalho, nas reuniões com nossos amigos, na Internet, Instagram, Facebook e afins. "Dar tudo pelo Tudo" São João da Cruz.
O papa faz referência a dois inimigos sutis da santidade em nosso tempo: o gnosticismo e o pelagianismo. O gnosticismo liga-se ao conhecimento como autossuficiência, isto é, à ideia de que é pelo conhecimento que o ser humano deve buscar a sua salvação. A pessoa se resume na imanência da sua subjetividade e dos seus sentimentos, tornando-se autorreferencial. Quanto ao pelagianismo, associa-se à ideia de atribuir à vontade do ser humano a causa de sua salvação, esquecendo que, antes de tudo, não há “eu me salvo”, mas sim “Deus me salva” – afinal, a salvação é de pura iniciativa divina.
"Cada fiel deve ouvir de bom grado a palavra de Deus e cumprir, com a ajuda da graça, a sua vontade, participar frequentemente nos sacramentos, sobretudo na Eucaristia, aplicar-se assiduamente à oração, à abnegação de si mesmo, ao serviço efetivo aos seus irmãos e ao exercício de todas as virtudes, pois a caridade, vínculo da perfeição e plenitude da lei”(cf. Col 3,14; Rom 13,10), é que dirige todos os meios de santificação, os informa e leva a seu fim" (Lumen Gentium, n. 42). Ou seja, Deus guia-nos para alcançarmos a santidade. Seguir a sua vontade, o seu caminho, requer a ajuda da graça, uma vez que o homem, por si só, não consegue. E a graça é adquirida através dos sacramentos – o Batismo, a Eucaristia, a Confirmação, a Confissão... – para vivermos o primeiro mandamento, o mandamento do amor.
Portanto, a vida do fiel cristão que pretende alcançar a santidade terá como bússola a caridade, o amor sincero a Deus e aos outros. Este amor, esta caridade materializa-se na oração (o relacionamento com Deus), em viver as virtudes (procurando servir o próximo e não a si mesmo).
Bibliografia:
-Lumen Gentium
-Opusdei.org/pt-br/
-Bíblia Sagrada
-Catecismo da Igreja Católica
Por: Yasmin Rocioli,
Consagrada da Comunidade Cenáculo.
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